Pesca de profundidade pode ser sustentável se regulamentada e baseada em artes de linha e anzol
Um estudo divulgado pelo IMAR do Departamento de Oceanografia e Pescas, da Universidade dos Açores, demonstra que os impactos nos ecossistemas do mar profundo são muito menores quando é usada a arte de pesca com palangre de fundo e defendem que esta é uma boa alternativa à pesca de arrasto.
A pressão das atividades humanas nos Oceanos tem aumentado significativamente nos últimos anos. O aumento da procura por recursos naturais e minerais, alimentadas pelo rápido desenvolvimento tecnológico abriu a exploração a áreas anteriormente inacessíveis, e uma expansão acentuada das atividades humanas em direção às águas mais profundas.
Contudo, as atividades humanas em geral e a pesca de arrasto de fundo em particular estão a ter um impacto devastador no ecossistemas do mar profundo, alterando a morfologia do fundo do mar, as suas propriedades físicas, e com consequências dramáticas para as comunidades que aí habitam.
Neste sentido, tem vindo a ser discutidas as estratégias que permitam o uso sustentável dos recursos marinhos, minimizando o impacto das atividades humanas e promovendo a conservação do mar profundo. Dando um contributo valioso para esta discussão, o IMAR da Universidade dos Açores publicou recentemente um estudo onde sugere que a arte de pesca com palangre de fundo, poderá ser uma boa alternativa à pesca de arrasto e pode contribuir para se atingir uma exploração sustentável das pescarias do mar profundo.
Os resultados desse estudo, mostram que um lance de pesca com arrasto têm o mesmo impacto no fundo do mar que 300-1700 lances de palangre. Dadas as diferenças na magnitude dos impactos, associado à sua seletividade e baixo consumo de combustível, o estudo sugere que uma atividade de pesca de profundidade bem regulamentada baseada em artes de linha e anzol poderá contribuir para a exploração sustentável do mar profundo.
(Rádio Atlântida)